quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

tu tens os olhos tão grandes, menina, às vezes, no dia-a-dia em que te vejo, eu me perco-os sem tu notar. gosto de analisar suas clavículas claras, seu sorriso tão largo e aquela gargalhada seca, ô, como eu gosto. talvez tu não me repare como eu te faço, e não me importa, vale a pena, sorrir e ver todos os detalhes do teu lábio, rosto. gosto de te ver da forma que eu te quero, imagino e desejo. teus olhos me raptam.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

aqui, na sacada da sala fumando meu bom e velho marlboro, lembrei de nós na velha guarda da vida, tu espalhando teu sorriso, eu fazendo piadas para ver isso. teus olhos passavam pelos meus e estes brilhavam - que mulher linda! é tão minha, pensava. 
aqui, agora, não tenho mais a quem admirar, nem fazer rir, nem amar. hoje é só mais uma lembrança de quem foi tão feliz e agora não tem nada. 

domingo, 3 de agosto de 2014

cada frasco vem teu cheiro
cada abraço é saudade
cada apego é teu chamego
cada silêncio tem teu nome 
cada sonho é minha vontade 
e eu só sei viver com medo 
isolada do mundo que não te encontro por aí. 

terça-feira, 8 de julho de 2014

mar

rios de quilômetros não vão mudar a fome de amor que guardo para quando te ver novamente. nada me faz querer deixar de nadar ao teu encontro. eu amo te amar. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Angelina

Reclamei muito dos dias, Angelina. Eles não passam, estão cada vez mais tediosos, minhas séries favoritas não me alegram mais nos sábados a noite, acordo com vontade de umas biritas e sempre passo as segundas chorando com Amor Para Recordar. Tosco, eu sei, mas você sempre me fazia assistir quando tua tpm atacava. Quebrei meu celular e joguei os (nossos) livros favoritos fora, a estante está mais vazia que meu estômago - sobrevivido de cereal e leite, e meu coração - esse já não sei mais qual é a dele, um mês sofrendo de ausência, mais um mês chorando de saudade e nesse mês resolveu apenas bombardear. Se choro, não é de saudade e sim de quem fui antes de você. Me devolve aí, pô. Recuperar meu amor próprio, atender os telefonemas dos amigos pro happyhour de sexta e trabalhar com vontade de ganhar uma promoção. Me devolve, menina! Você me levou tão rápido o que eu demorei a construir de mim. Você sabe, odeio diálogos, não sei continuar aquela conversa de elevador, mas você não me deixou nem o boa tarde. Foi e levou o cafezinho da secretária com você, ficou comigo a bolacha murcha e a saudade, daquelas que aperta o coração e soca o estômago, que me faz te odiar pelo péssimo final de semana dentro desse apê alugado, com esses filmes românticos que achava idiota e agora me supre a tua falta, ou 40% dela. Nada vai conseguir ser o suficiente um dia, só costumeiro, menina. Só. Eu vou te odiar mais ainda por sua mudança de relacionamento de novo, e mais ainda quando postar a foto com aquele cara babaca, mas a verdade, Angelina, é que eu não posso te negar o amor que te sinto. Não dá, pô, não dá. É só o que meu coração chora e eu suspiro por fora, teu nome ecoando nele e na cabeça, teus detalhes espalhados pela casa e eu só aceito deixá-los porque sei que você já deu tchauzinho. 
Eu te amo, porra, Angelina das pernas finas, do cabelo bagunçado, da mania de falar com autoridade, de sempre esquecer a toalha na cama e a vasilha de cereal na sala, das fitas que tu desarruma do videogame, aqueles grampos que ocupavam toda a pia do banheiro, das ligações que você fazia no meio da reunião do escritório com aquela tpm desgraçada perguntando se eu a amava. E eu te amava, Angelina, te amei e, porra, eu vou te amar desgraçadamente até esse mar de saudade continuar. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

é isto menina

tu se engana com outros amores, encontra em outras flores o perfume que eu te dei 
sorri pra moças bonitas, corpos esbeltos, sorriso largos, pernas abertas 
sai na noitada, toma whisky com limonada, deseja a desgraça e me liga 'locassa' 
e nada vai te santisfazer
cura a ressaca com papo furado e transa desnecessária que tu há de esquecer 
chora de tarde, recita poemas, escreve dilemas
passa o tempo lendo leminski dizendo a si mesmo:
não me fale de amor 
que amor é isto 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

é amor antes de ser.

é amor antes do abraço. é amor antes do beijo na bochecha, prazer, sou Ronaldo. é amor antes das mãos cruzadas sem querer na 5th avenue. é amor antes dos números trocados. é amor antes da alegria pós vê-la ler seu livro favorito. é amor antes do sorriso bobo e apaixonado. é amor antes do primeiro beijo. é amor antes do amasso. é amor antes do primeiro sexo. é amor antes dos anéis trocados, quer casar comigo, Amália? é amor antes da igreja e das bênçãos do padre. é amor antes do futuro desejado. é amor antes de ser e saber. é amor antes de nascer. já nascendo pro amor.